vest Texto Poético, Intertextualidade e Interdiscursividade - Vestibular (2025)

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VestibularesTexto Poético, Intertextualidade e InterdiscursividadeIT0709 - (Fuvest)Tempo de nos aquilombar É tempo de caminhar em fingido silêncio,e buscar o momento certo no grito,aparentar fechar um olho evitando o ciscoe abrir escancaradamente o outro. É tempo de fazer os ouvidos moucospara os vazios lero-leros,e cuidar dos passos assuntando as vias,ir se vigiando atento, que o buraco é fundo. É tempo de ninguém se soltar de ninguém,mas olhar fundo na palma abertaa alma de quem lhe oferece o gesto.O laçar de mãos não pode ser algemas,sim acertada tá�ca, necessário esquema. É tempo de formar novos quilombos,em qualquer lugar que estejamose que venham dias futuros, salve 2020A mís�ca quilombola persiste afirmando:"a liberdade é uma luta constante".Conceição Evaristo. Jornal O Globo, 31/12/2019.Considerando o enfoque do texto na denúncia social, oeu lírico revela, predominantemente,a) a crí�ca às reações da nossa sociedade frente aosproblemas que ficaram no passado. b) as jus�fica�vas para a segregação social no mundocontemporâneo. c) as tensões sociais presentes há tempos, sob a luz dosembates do momento atual. d) a importância de contornar os problemas sociais dopassado.e) as peculiaridades das diferentes classes sociais aoenfrentar os problemas sociais atuais. IT0714 - (Fuvest)O SOBREVIVENTEImpossível compor um poema a essa altura da evolução [da humanidade.Impossível escrever um poema - uma linha que seja - de [verdadeira poesiaO úl�mo trovador morreu em 1914. Tinha um nome de que ninguém se lembra mais. Há máquinas terrivelmente complicadas para as[necessidades mais simples.Se quer fumar um charuto aperte um botão. Paletós abotoam-se por eletricidade. Amor se faz pelo sem fio.Não precisa estômago para digestão. Um sábio declarou a O jornal que ainda falta muito para a�ngirmos um nível razoável de cultura. Mas até lá, felizmente, estarei morto. Os homens não melhorarame matam-se como percevejos. Os percevejos heroicos renascem.Inabitável o mundo é cada vez mais habitado.E se os olhos reaprendessem a chorar seria um segundo [dilúvio (Desconfio que escrevi um poema.)Carlos Drummond de Andrade. Alguma Poesia, 1930. Entre o primeiro e o úl�mo verso, há uma aparentecontradição, que, todavia, não se sustenta porquea) os entraves à plenitude lírica são removidos. b) os trovadores ainda inspiramos enamorados. c) a sabedoria controla o poder das máquinas.d) os heróis sempre ressuscitam neste mundo.e) a poesia resiste à nega�vidade do seu tempo.IT0715 - (Fuvest)[...]Um sino de vidro claro,1@professorferretto @prof_ferrettouma ampola cristalina e contrá�l,flutua calma no seu caminho.“Peixinho, peixinho, deixe-a ir!Peixinho, peixinho, se apresse em fugir!” Ali atrás, longos fios transparentes se arrastame os olhos do peixinho a um banquete convidam.“Serão, por acaso, minhocas o que eu vejo derepente?”“Peixinho, peixinho, deixe-me alertar!Peixinho, peixinho, não se deixe enganar!” Próximo demais o peixinho chegou:“Ai, ai, ai, agora ela me pegou!Firme me amarrou e não consigo me soltar! Firme me envolve e arde de matar!”[...]. Tradução e adaptação de Flavia Souza, Stefano Hagen eLuiz Fontes. O fragmento de poema apresentado foi escrito pelonaturalista Fritz Müller para suas filhas. O trecho dopoema permite afirmar que a predação é realizada porum/uma a) camarão. b) água-viva. c) tubarão. d) lula. e) plâncton. IT0721 - (Fuvest)O QUINTO IMPÉRIOTriste de quem vive em casa, Contente com o seu lar,Sem que um sonho, no erguer de asa, Faça até mais rubra a brasaDa lareira a abandonar! Triste de quem é feliz! Vive porque a vida dura. Nada na alma lhe diz Mais que a lição da raiz — Ter por vida a sepultura. Eras sobre eras se somemNo tempo que em eras vem. Ser descontente é ser homem. Que as forças cegas se domem Pela visão que a alma tem! E assim, passados os quatro Tempos do ser que sonhou, A terra será teatroDo dia claro, que no atro Da erma noite começou. Grécia, Roma, Cristandade, Europa — os quatro se vão Para onde vai toda idade. Quem vem viver a verdade Que morreu D. Sebas�ão?Fernando Pessoa. Mensagem. De acordo com o texto, a ideia de felicidade, tambémnuclear em outros poemas de Mensagem,a) alimenta as aspirações humanas. b) compreende-se como superação da morte. c) iden�fica-se com o des�no heroico. d) compõe a mediocridade co�diana.e) situa-se como finalidade da existência.IT0722 - (Fuvest)“Migna terra tê parmeras Che ganta inzima o sabiá. As aves che stó aqui, Tambê tu�os sabi gorgeá. (...)Os rio lá sô maise grandi Dus rio di tu�as naçó;I os ma�o si perdi di vista, Nu meio da imensidó.”BANANÉRE, Juó. “Migna terra”. La Divina Increnca.São Paulo: Irmãos Marrano Editora, 1924 Assinale a alterna�va que melhor expressa as relaçõesentre o poema e a inserção social de imigrantes italianosno Brasil.a) O poema traça uma analogia entre a paisagem naturalda Itália e do Brasil, sob os olhos de um imigrante. b) A referência à oralidade era um reconhecimento àcontribuição desta comunidade para a nova literaturabrasileira.c) O poema tema�za a revolta dos imigrantescamponeses italianos ao chegarem nas fazendas decafé.d) O caráter lírico presente no poema indica aemo�vidade e o desejo de aceitação por parte dosimigrantes.e) A linguagem adotada no poema expressava umamaneira caricata de representar o idioma daquelacomunidade.IT0726 - (Fuvest)2@professorferretto @prof_ferrettoNun'Álvares PereiraQue auréola te cerca?É a espada que, volteando, Faz que o ar alto perca Seu azul negro e brando. Mas que espada é que, erguida, Faz esse halo no céu?É Excalibur, a ungida,Que o Rei Artur te deu. 'Sperança consumada,S. Portugal em ser,Ergue a luz da tua espada Para a estrada se ver!Fernando Pessoa. In: “A Coroa”, Parte I, Mensagem. A primeira parte de Mensagem, organizada como umcorrela�vo poé�co do Brasão das Armas de Portugal,perfila uma série de figuras mí�cas e históricas queteriam sido responsáveis pela formação nacionalportuguesa. A seleção de Nun'Álvares Pereira paraocupar o lugar da Coroaa) sugere, pela imagem do halo de luz, que a verdadeiranobreza é de espírito. b) destaca, através da referência ao mito arturiano, o seusangue bretão. c) dis�ngue, por meio do substan�vo “ ́ sperança”, umregente digno de seu posto. d) enaltece, pela repe�ção da palavra espada, a guerracomo estrada para o futuro. e) indica, associada ao adje�vo “consumada”, uma visãodesenganada da história. IT0757 - (Fuvest)Confidência do ItabiranoAlguns anos vivi em Itabira.Principalmente nasci em Itabira.Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.Noventa por cento de ferro nas calçadas.Oitenta por cento de ferro nas almas.E esse alheamento do que na vida é porosidade ecomunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres esem [horizontes. E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;este couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, �ve gado, �ve fazendas.Hoje sou funcionário público.Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!Carlos Drummond de Andrade, Sen�mento do mundo. Tendo em vista que o poema de Drummond contémreferências a aspectos geográficos e históricosdeterminados, considere as seguintes afirmações: I. O poeta é “de ferro” na medida em que é na�vo deregião caracterizada pela existência de importantesjazidas de minério de ferro, intensamente exploradas.II. O poeta revela conceber sua iden�dade comotributária não só de uma geografia, mas também deuma história, que é, igualmente, a da linhagem familiara que pertence.III. A ausência de mulheres de que fala o poeta refere seà ampla predominância de população masculina, nazona de mineração intensiva de que ele é originário. Está correto o que se afirma ema) I, somente. b) III, somente.c) I e II, somente. d) II e III, somente. e) I, II e III.IT0758 - (Fuvest)Confidência do ItabiranoAlguns anos vivi em Itabira.Principalmente nasci em Itabira.Por isso sou triste, orgulhoso: de ferro.Noventa por cento de ferro nas calçadas.Oitenta por cento de ferro nas almas.E esse alheamento do que na vida é porosidade ecomunicação. A vontade de amar, que me paralisa o trabalho,vem de Itabira, de suas noites brancas, sem mulheres esem [horizontes.E o hábito de sofrer, que tanto me diverte, é doce herança itabirana. De Itabira trouxe prendas diversas que ora te ofereço:este São Benedito do velho santeiro Alfredo Duval;esta pedra de ferro, futuro aço do Brasil;3@professorferretto @prof_ferrettoeste couro de anta, estendido no sofá da sala de visitas; este orgulho, esta cabeça baixa... Tive ouro, �ve gado, �ve fazendas.Hoje sou funcionário público.Itabira é apenas uma fotografia na parede. Mas como dói!Carlos Drummond de Andrade, Sen�mento do mundo. No texto de Drummond, o eu líricoa) considera sua origem itabirana como causadora dedeficiências que ele almeja superar. b) revela se incapaz de efe�vamente comunicar se, dadoo caráter férreo de sua gente.c) ironiza a si mesmo e sa�riza a rus�cidade de seupassado semirrural mineiro. d) dirige se diretamente ao leitor, tornando assimpatente o caráter confidencial do poema. e) cri�ca, em chave modernista, o bucolismo da poesiaárcade mineira.IT0761 - (Fuvest)Examine a figura. Os versos de Carlos Drummond de Andrade que maisadequadamente traduzem a principal mensagem dafigura acima são:a)b)c)d)e)IT0780 - (Unesp)Leia um poema do português Eugênio de Castro (1869-1944). MÃOSMãos de veludo, mãos de már�r e de santa,O vosso gesto é como um balouçar de palma;O vosso gesto chora, o vosso gesto geme, o vosso[gesto canta!Mãos de veludo, mãos de már�r e de santa,rolas à volta da negra torre da minh'alma. Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes,Caridosas Irmãs do hospício da minh'alma,O vosso gesto é como um balouçar de palma,Pálidas mãos, que sois como dois lírios doentes... Mãos afiladas, mãos de insigne formosura,Mãos de pérola, mãos cor de velho marfim,Sois dois lenços, ao longe, acenando por mim,Duas velas à flor duma baía escura. Mimo de carne, mãos magrinhas e graciosas,Dos meus sonhos de amor, quentes e brandos ninhos,Divinas mãos que me heis coroado de espinhos,Mas que depois me haveis coroado de rosas!4@professorferretto @prof_ferretto Afilhadas do luar, mãos de rainha,Mãos que sois um perpétuo amanhecer,Alegrai, como dois ne�nhos, o viverDa minha alma, velha avó entrevadinha.(Obraspoé�cas, 1968.) Verifica-se certa liberdade métrica na construção dopoema. Na primeira estrofe, tal liberdade comprova-sepelaa) construção do hendecassílabo fora dos rígidosmodelos clássicos.b) variedade do verso decassílabo e do versoalexandrino.c) presença de um verso com número menor de sílabasque os alexandrinos.d) desobediência aos padrões de pontuação tradicionaisdo decassílabo.e) presença de dois versos com número maior de sílabasque os alexandrinos.IT0792 - (Unesp)Carpe diem: Esse conhecido lema, extraído das Odesdo poeta la�no Horácio (65 a.C.-8 a.C.), sinte�zaexpressivamente o seguinte mo�vo: saber aproveitartudo o que se apresente de posi�vo (mesmo que pouco)e transitório.(Renzo Tosi. Dicionário de sentenças la�nas e gregas,2010. Adaptado.) Das estrofes extraídas da produção poé�ca de FernandoPessoa (1888-1935), aquela em que tal mo�vo semanifesta mais explicitamente é:a)b)c)d)e)IT0796 - (Unesp)Des�nada unicamente à exportação, em função daqual se organiza e mantém a exploração, tal a�vidadeeconômica desenvolveu-se à margem das necessidadespróprias da sociedade brasileira. No alvorecer do séculoXIX, essa a�vidade econômica, que se iniciara sob tãobrilhantes auspícios e absorvera durante cem anos omelhor das atenções e dos esforços do país, já tocava suaruína final. Os prenúncios dessa ruína já se faziam aliássen�r para os observadores menos cegos pela cobiçadesde longa data. De meados do século XVIII em diante,essa a�vidade econômica, contudo, não fizera mais quedeclinar.5@professorferretto @prof_ferretto(Caio Prado Júnior. Formação do Brasil contemporâneo,1999. Adaptado.) A a�vidade econômica a que o texto se refere estápresente em:a)b)c)d)6@professorferretto @prof_ferrettoe)IT0804 - (Unesp)Leia o soneto “VII”, de Cláudio Manuel da Costa. Onde estou? Este sí�o desconheço:Quem fez tão diferente aquele prado?Tudo outra natureza tem tomado,E em contemplá-lo, �mido, esmoreço. Uma fonte aqui houve; eu não me esqueçoDe estar a ela um dia reclinado;Ali em vale um monte está mudado:Quanto pode dos anos o progresso! Árvores aqui vi tão florescentes,Que faziam perpétua a primavera:Nem troncos vejo agora decadentes. Eu me engano: a região esta não era;Mas que venho a estranhar, se estão presentesMeus males, com que tudo degenera!(Cláudio Manuel da Costa. Obras,2002.) Considerando o contexto histórico-geográfico deprodução do soneto, as transformações na paisagemassinaladas pelo eu lírico relacionam-se à seguintea�vidade econômica:a) indústria.b) extra�vismo vegetal.c) agricultura.d) extra�vismo mineral.e) pecuária.IT0814 - (Unesp)Leia a letra da canção “Bom conselho”, de Chico Buarque,composta em 1972. Ouça um bom conselhoQue eu lhe dou de graçaInú�l dormir que a dor não passaEspere sentadoOu você se cansaEstá provado:Quem espera nunca alcança Venha, meu amigoDeixe esse regaçoBrinque com meu fogoVenha se queimarFaça como eu digoFaça como eu façoAja duas vezes antes de pensar Corro atrás do tempoVim de não sei ondeDevagar é que não se vai longeEu semeio vento na minha cidadeVou pra rua e bebo a tempestade(www.chicobuarque.com.br). Na canção, o eu lírico modifica uma série de provérbiosbastante conhecidos. A maioria das formulações originaisdesses provérbios contém um apeloa) ao livre-arbítrio.b) ao o�mismo.c) à solidariedade.d) ao conformismo.e) à transgressão.IT0840 - (Unesp)Leia o poema de Catulo da Paixão Cearense (1863-1946).O Azulão e os �co-�cos Do começo ao fim do dia,um belo Azulão cantava,e o pomar que atento ouviao seus trilos de harmonia,[5] cada vez mais se enflorava. Se um �co-�co e outras avesvaiavam sua canção...mais doce ainda se ouviaa flauta desse Azulão. [10] Um papagaio, surpresode ver o grande desprezo,do Azulão, que os desprezava,um dia em que ele cantavae um bando de �co-�cos[15] numa algazarra o vaiava,lhe perguntou: “Azulão,olha, dize-me a razão7@professorferretto @prof_ferrettopor que, quando estás cantandoe recebes uma vaia[20] desses garotos joviais,tu con�nuas gorgeandoe cada vez canta mais?!” Numas volatas sonoras,o Azulão lhe respondeu:[25] “Caro Amigo! Eu prezo muitoesta garganta sublimee esta voz maravilhosa...este dom que Deus me deu! Quando, há pouco, eu descantava,[30] pensando não ser ouvidonestes matos por ninguém,um Sabiá*, que me escutava,num capoeirão, escondido,gritou de lá: — meu colega,[35] bravos! Bravos... muito bem! Pergunto agora a você:quem foi um dia aplaudidopelo príncipe dos cantosde celestes harmonias,[40] (irmão de Gonçalves Dias,um dos cantores mais ricos...)— que caso pode fazerdas vaias dos �co-�cos?” *Nota do editor: Simbolicamente, Rui Barbosa estárepresentado neste Sabiá, pois foi a “Águia de Haia” umdos maiores admiradores de Catulo e prefaciador do seulivro Poemas bravios.(Poemas escolhidos, s/d.) Na fala do papagaio, dos versos de números 16 a 22, umadas formas verbais não apresenta, como deveria, flexãocorrespondente à mesma pessoagrama�cal das demais.Trata-se dea) con�nuas.b) dize.c) canta.d) recebes.e) estás.IT0851 - (Unesp)Carpe diem. É um lema la�no que significa, latosensu, “aproveita bem o dia” ou “aproveita o momentofugaz”. Esta expressão tem paralelo em línguasmodernas, como no inglês: “Take �me while �me is, for�me will away”.(Carios Alberto de Macedo Rocha, Dicionário de locuçõese expressões da língua portuguesa, 2011. Adaptado) Tal lema manifesta-se mais explicitamente nos seguintesversos de Fernando Pessoa:a) Hoje, Neera,não nosescondamos,Nadanosfalta,porquenadasomos.NãoesperamosnadaEtemosfrioaosol.b) ArealidadeSempre émais oumenosDo quenósqueremos.Só nóssomossempreIguais anós-próprios.c) Daminhaaldeiavejoquantodaterra sepodever no[Universo...Por issoaminhaaldeia étãograndecomooutraterra[qualquerPor queeu soudotamanhodo quevejoE não dotamanhodaminhaaltura...d) Sofro,Lídia, domedo dodes�no.A leve pedraque ummomentoergueAs lisasrodas domeu carro,aterraMeucoração.e) Vemsentar-secomigo,Lídia, àbeirado rio.Sossegadamentefitemos o seucurso eaprendamosQue avidapassa, enãoestamosde mãosenlaçadas.(Enlacemosas mãos.)IT0859 - (Unesp)Leia o trecho do conto “A menina, as aves e o sangue”, doescritor moçambicano Mia Couto (1955– ). Aconteceu, certa vez, uma menina a quem o coraçãoba�a só de quando em enquantos. A mãe sabia que osangue estava parado pelo roxo dos lábios, palidez nasunhas. Se o coração estancava por demasia de tempo amenina começava a esfriar e se cansava muito. A mãe,então, se afligia: roía o dedo e deixava a unha intacta. Atéque o peito da filha voltava a dar sinal:– Mãe, venha ouvir: está a bater!A mãe acorria, debruçando a orelha sobre o peitoestreito que soletrava pulsação. E pareciam, as duas,presenciando pingo de água em pleno deserto. Depois, osangue dela voltava a calar, resina empurrando aarrastosa vida.8@professorferretto @prof_ferrettoAté que, certa noite, a mulher ganhou para o susto.Foi quando ela escutou os pássaros. Sentou na cama: nãoeram só piares, chilreinações. Eram rumores de asas,brancos drapejos de plumas. A mãe se ergueu, pédescalço pelo corredor. Foi ao quarto da menina ejoelhou-se junto ao leito. Sen�u a transpiração,reconheceu o seu próprio cheiro. Quando lhe ia tocar nafronte a menina despertou:– Mãe, que bom, me acordou! Eu estava sonharpássaros.A mãe sor�u-se de medo, aconchegou o lençol comose protegesse a filha de uma maldição. Ao tocar no lençoluma pena se desprendeu e subiu, levinha, volteando peloar. A menina suspirou e a pluma, algodão em asa, denovo se ergueu, rodopiando por alturas do tecto. A mãetentou apanhar a errante plumagem. Em vão, a pena saiuvoando pela janela. A senhora ficou espreitando a noite,na ilusão de escutar a voz de um pássaro. Depois, re�rou-se, adentrando-se na solidão do seu quarto. Dos pássarosselou-se o segredo, só entre as duas.[...]Com o tempo, porém, cada vez menos o coração sefazia frequente. Quase deixou de dar sinais à vida. Atéque essa imobilidade se prolongou por consecu�vasdemoras. A menina falecera? Não se vislumbravam sinaisdessa derradeiragem. Pois ela seguia pra�candovivências, brincando, sempre cansadinha, resfriorenta.Uma só diferença se contava. Já à noite a mãe nãoescutava os piares.– Agora não sonha, filha?– Ai mãe, está tão escuro no meu sonho!Só então a mãe arrepiou decisão e foi à cidade:– Doutor, lhe respeito a permissão: queria saber asaúde de minha única. É seu peito... nunca mais deusinal.O médico corrigiu os óculos como se entendesserec�ficar a própria visão. Clareou a voz, para melhor seautorizar. E disse:– Senhora, vou dizer: a sua menina já morreu.– Morta, a minha menina? Mas, assim...?– Esta é a sua maneira de estar morta.A senhora escutou, mãos juntas, na educação do colo.Anuindo com o queixo, ia esbugolhando o médico. Todoseu corpo dizia sim, mas ela, dentro do seu centro,duvidava. Pode-se morrer assim com tanta leveza, quenem se nota a re�rada da vida? E o médico, lheamparando, já na porta:– Não se entristonhe, a morte é o fim sem finalidade.A mãe regressou à casa e encontrou a filha entoandodanças, cantarolando canções que nem existem. Sechegou a ela, tocou-lhe como se a miúda inexis�sse. Asua pele não desprendia calor.– Então, minha querida não escutou nada?Ela negou. A mãe percorreu o quarto, vasculhourecantos. Buscava uma pena, o sinal de um pássaro. Masnada não encontrou. E assim, ficou sendo, então eadiante.Cada vez mais fria, a moça brinca, se aquece natorreira do sol. Quando acorda, manhã alta, encontraflores que a mãe depositou ao pé da cama. Ao fim datarde, as duas, mãe e filha, passeiam pela praça e osvelhos descobrem a cabeça em sinal de respeito.E o caso se vai seguindo, estória sem história. Umaúnica, silenciosa, sombra se instalou: de noite, a mãedeixou de dormir. Horas a fio a sua cabeça anda emserviço de escutar, a ver se regressam as vozearias dasaves.(Mia Couto. A menina sem palavra, 2013.) A linguagem poé�ca, o emprego de neologismos e asmarcas de oralidade, que podem ser iden�ficados notexto de Mia Couto, caracterizam também a prosa doseguinte escritor brasileiro:a) Guimarães Rosa.b) Graciliano Ramos.c) Machado de Assis.d) Euclides da Cunha.e) Aluísio de Azevedo.IT0861 - (Unesp)Leia o soneto “Descreve o que era naquele tempo acidade da Bahia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696). A cada canto um grande conselheiro,Que nos quer governar cabana e vinha;Não sabem governar sua cozinha,E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um bem frequente olheiro,Que a vida do vizinho e da vizinhaPesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,Para o levar à praça e ao terreiro. Muitos mulatos desavergonhados,Trazidos sob os pés os homens nobres",Posta nas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados,Todos os que não furtam muito pobres:E eis aqui a cidade da Bahia.(Gregório de Matos. Poemas escolhidos, 2010.) 1 Trazidos sob os pés os homens nobres: na visão deGregório de Matos, os mulatos em ascensão subjugamcom esperteza os verdadeiros “homens nobres”. O soneto de Gregório de Matos cons�tui um exemplo dasua poesia de teor9@professorferretto @prof_ferrettoa) nostálgico.b) sa�rico.c) metalinguís�co.d) mís�co.e) encomiás�co.IT0862 - (Unesp)Leia o soneto “Descreve o que era naquele tempo acidade da Bahia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696). A cada canto um grande conselheiro,Que nos quer governar cabana e vinha;Não sabem governar sua cozinha,E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um bem frequente olheiro,Que a vida do vizinho e da vizinhaPesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,Para o levar à praça e ao terreiro. Muitos mulatos desavergonhados,Trazidos sob os pés os homens nobres",Posta nas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados,Todos os que não furtam muito pobres:E eis aqui a cidade da Bahia.(Gregório de Matos. Poemas escolhidos, 2010.) 1 Trazidos sob os pés os homens nobres: na visão deGregório de Matos, os mulatos em ascensão subjugamcom esperteza os verdadeiros “homens nobres”. No soneto, o eu lírico enraíza na cidade da Bahia afiguração tradicional do desconcerto do mundo. Noquadro da economia colonial, esse desconcerto domundo mostra-se associado a um momento crí�co daproduçãoa) do açúcar.b) da borracha.c) do ouro.d) do café.e) do algodão.IT0863 - (Unesp)Leia o soneto “Descreve o que era naquele tempo acidade da Bahia”, do poeta Gregório de Matos (1636-1696). A cada canto um grande conselheiro,Que nos quer governar cabana e vinha;Não sabem governar sua cozinha,E podem governar o mundo inteiro. Em cada porta um bem frequente olheiro,Que a vida do vizinho e da vizinhaPesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,Para o levar à praça e ao terreiro. Muitos mulatos desavergonhados,Trazidos sob os pés os homens nobres",Postanas palmas toda a picardia, Estupendas usuras nos mercados,Todos os que não furtam muito pobres:E eis aqui a cidade da Bahia.(Gregório de Matos. Poemas escolhidos, 2010.) 1 Trazidos sob os pés os homens nobres: na visão deGregório de Matos, os mulatos em ascensão subjugamcom esperteza os verdadeiros “homens nobres”. No soneto, verifica-se rima entre palavras de classesgrama�cais diferentesa) em “vizinha”/“esquadrinha” (2ª estrofe) e em“nobres”/“pobres” (3ª/4ª estrofes).b) em “vinha"/“cozinha” (1ª estrofe) e em“olheiro”/“terreiro” (2ª estrofe).c) em “conselheiro”/“inteiro” (1ª estrofe) e em“olheiro”/“terreiro” (2ª estrofe).d) em “conselheiro”/“inteiro” (1ª estrofe) e em“vizinha”/“esquadrinha” (2ª estrofe).e) em “desavergonhados”/“mercados” (3ª/4ª estrofes) eem “nobres”/“pobres” (3ª/4ª estrofes).IT0874 - (Unesp)Leia a letra da canção “Foi um rio que passou em minhavida”, de Paulinho da Viola, gravada em 1970. Se um diaMeu coração for consultadoPara saber se andou erradoSerá di�cil negarMeu coração tem mania de amorAmor não é fácil de acharA marca dos meus desenganos ficou, ficouSó um amor pode apagar PorémHá um caso diferenteQue marcou um breve tempoMeu coração para sempreEra dia de carnaval10@professorferretto @prof_ferrettoEu carregava uma tristezaNão pensava em novo amorQuando alguém que não me lembro anunciouPortela, PortelaO samba trazendo alvoradaMeu coração conquistou Ah, minha PortelaQuando vi você passarSen� meu coração apressadoTodo o meu corpo tomadoMinha alegria a voltarNão posso definir aquele azulNão era do céuNem era do marFoi um rio que passou em minha vidaE meu coração se deixou levar (www.paulinhodaviola.com.br) Na canção, o eu líricoa) tem consciência de que a Portela também secaracteriza como um novo desengano.b) acredita que um novo amor, por se assemelhar a umrio, mostra-se volúvel.c) acredita que um novo amor seja capaz de apagar umaan�ga desilusão amorosa.d) tem consciência de que a Portela, por suainconstância, será um novo amor efêmero.e) acredita que a Portela, por ser indefinível, não secaracteriza como um novo amor.IT0877 - (Unesp)Leia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosadu Bocage. Olha, Marília, as flautas dos pastores,Que bem que soam, como estão cadentes!Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentesOs Zéfiros1 brincar por entre as flores? Vê como ali, beijando-se, os AmoresIncitam nossos ósculos2 ardentes!Ei-las de planta em planta as inocentes,As vagas borboletas de mil cores! Naquele arbusto o rouxinol suspira;Ora nas folhas a abelhinha para.Ora nos ares, sussurrando, gira. Que alegre campo! Que manhã tão clara!Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,Mais tristeza que a noite me causara.(Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos,1974.) 1 Zéfiro: vento que sopra do ocidente.2 ósculo: beijo. A paisagem retratada no soneto cons�tui um tópicorecorrente na poesiaa) realista.b) român�ca.c) naturalista.d) arcádica.e) simbolista.IT0878 - (Unesp)Leia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosadu Bocage. Olha, Marília, as flautas dos pastores,Que bem que soam, como estão cadentes!Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentesOs Zéfiros1 brincar por entre as flores? Vê como ali, beijando-se, os AmoresIncitam nossos ósculos2 ardentes!Ei-las de planta em planta as inocentes,As vagas borboletas de mil cores! Naquele arbusto o rouxinol suspira;Ora nas folhas a abelhinha para.Ora nos ares, sussurrando, gira. Que alegre campo! Que manhã tão clara!Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,Mais tristeza que a noite me causara.(Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos,1974.) 1 Zéfiro: vento que sopra do ocidente.2 ósculo: beijo. No soneto, a capacidade de transfigurar a paisagemretratada é atribuída pelo eu líricoa) aos Amores.b) à noite.c) a Marília.d) à tristeza.e) aos pastores.IT0880 - (Unesp)11@professorferretto @prof_ferrettoLeia o soneto do poeta português Manuel Maria Barbosadu Bocage. Olha, Marília, as flautas dos pastores,Que bem que soam, como estão cadentes!Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentesOs Zéfiros1 brincar por entre as flores? Vê como ali, beijando-se, os AmoresIncitam nossos ósculos2 ardentes!Ei-las de planta em planta as inocentes,As vagas borboletas de mil cores! Naquele arbusto o rouxinol suspira;Ora nas folhas a abelhinha para.Ora nos ares, sussurrando, gira. Que alegre campo! Que manhã tão clara!Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira,Mais tristeza que a noite me causara.(Manuel Maria Barbosa du Bocage. Poemas escolhidos,1974.) 1 Zéfiro: vento que sopra do ocidente.2 ósculo: beijo. Na linguagem literária, visando obter maiorexpressividade, pode-se empregar um tempo verbal emlugar de outro. É o que ocorre nos seguintes versos:a) “Olha o Tejo a sorrir-se! Olha: não sentes / Os Zéfirosbrincar por entre as flores?” (1ª estrofe)b) “Ora nas folhas a abelhinha para. / Ora nos ares,sussurrando, gira.” (3ª estrofe)c) “Mas ah!, tudo o que vês, se eu não te vira, / Maistristeza que a noite me causara.” (4ª estrofe)d) “Olha, Marília, as flautas dos pastores, / Que bem quesoam, como estão cadentes!” (1ª estrofe)e) “Vê como ali, beijando-se, os Amores / Incitam nossosósculos ardentes!” (2ª estrofe)IT0893 - (Unicamp)Considere os versos abaixo dos poemas “Sen�mento domundo” e “Noturno à janela do apartamento”, de CarlosDrummond de Andrade, ambos publicados nolivro Sen�mento do mundo. esse amanhecermais noite que a noite.(Carlos Drummond de Andrade. Sen�mento do mundo.São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.12.) Silencioso cubo de treva: um salto, e seria a morte. Mas é apenas, sob o vento, a integração na noite. Nenhum pensamento de infância, nem saudade nem vão propósito. Somente a contemplaçãode um mundo enorme e parado. A soma da vida é nula. Mas a vida tem tal poder: na escuridão absoluta, como líquido, circula. Suicídio, riqueza, ciência... A alma severa se interroga e logo se cala. E não sabe se é noite, mar ou distância. Triste farol da Ilha Rasa. (Idem, p. 71.) Considerando a obra Sen�mento do mundo em seuconjunto e tendo em vista que os primeiros versostranscritos pertencem ao poema que abre e dá �tulo aolivro de Drummond, e que o segundo poema, citadointegralmente, corresponde ao fechamento do volume, écorreto afirmar quea) a oposição de base dos poemas reside nas imagenscontrapostas de luz e trevas, manifestando o tema dopessimismo acerca da condição humana.b) o percurso figura�vo dos poemas é marcado apenaspelas imagens da noite, associadas às ideias denega�vidade e de esperança para a humanidade.c) a unidade de sen�do do conjunto dos textos poé�cosreside na clássica oposição entre luz e trevas, sendoque o percurso figura�vo manifesta o tema damaldade.d) as imagens de luz e trevas significam a luta eternaentre o bem e o mal, o que se confirma no verso“Suicídio, riqueza, ciência”, que sugere o impasse doeu lírico.IT0894 - (Unicamp)Considere os versos abaixo dos poemas “Sen�mento domundo” e “Noturno à janela do apartamento”, de CarlosDrummond de Andrade, ambos publicados nolivro Sen�mento do mundo. esse amanhecermais noite que a noite.(Carlos Drummond de Andrade. Sen�mento do mundo.São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.12.) 12@professorferretto @prof_ferrettoSilencioso cubo de treva: um salto, e seria a morte. Mas é apenas, sob o vento, a integração na noite. Nenhum pensamento de infância, nem saudade nem vão propósito. Somente a contemplaçãode um mundo enorme e parado. A soma da vida é nula. Mas a vida tem tal poder: na escuridão absoluta, como líquido, circula. Suicídio, riqueza, ciência... A alma severa se interroga e logo se cala. E não sabe se é noite, mar ou distância. Triste farol da Ilha Rasa. (Idem, p. 71.) A visão de mundo do eu lírico em Drummond é marcadapela ironia e pela dúvida constante, cujosaldo final énega�vo e melancólico (“Triste farol da Ilha Rasa”). Talperspec�va assemelha-se à doa) personagem Leonardo, do romance Memórias de umsargento de milícias.b) personagem Carlos, da obra Viagens na minha terra.c) narrador do romance O cor�ço.d) narrador do romance Memórias póstumas de BrásCubas.IT0896 - (Unicamp)Rua da Liberdade – São Paulo – SP – 1937 Pobre alimáriaO cavalo e a carroçaEstavam atravancados no trilhoE como o motorneiro se impacientassePorque levava os advogados para os escritóriosDesatravancaram o veículoE o animal disparouMas o lesto carroceiroTrepou na boleiaE cas�gou o fugi�vo atreladoCom um grandioso chicote(Oswald de Andrade, Pau Brasil. São Paulo: Globo, 2003,p.159.) A imagem e o poema revelam a dinâmica do espaço nacidade de São Paulo na primeira metade do século XX.Qual alterna�va abaixo formula corretamente essadinâmica?13@professorferretto @prof_ferrettoa) Trata-se da ascensão de um moderno mundo urbano,onde coexis�am harmonicamente diferentestemporalidades, funções urbanas, sistemas técnicos eformas de trabalho, viabilizando-se, desse modo, acoesão entre o espaço da cidade e o tecido social.b) Trata-se de um espaço agrário e acomodado, numperíodo em que a urbanização não �nha seestabelecido, mas que abrigava em seu inters�cioalguns vetores da modernização industrial.c) Trata-se de um espaço onde coexis�am dis�ntastemporalidades: uma atrelada ao ritmo lento de umpassado agrário e, outra, atrelada ao ritmo aceleradoque caracteriza a modernidade urbana.d) Trata-se de uma paisagem urbana e uma divisão dotrabalho �picas do período colonial, pois ametropolização é um processo desencadeado a par�rda segunda metade do século XX.IT0899 - (Unicamp)Cem anos depoisVamos passear na floresta Enquanto D. Pedro não vem. D. Pedro é um rei filósofo, Que não faz mal a ninguém. Vamos sair a cavalo, Pacíficos, desarmados:A ordem acima de tudo. Como convém a um soldado. Vamos fazer a República, Sem barulho, sem li�gio, Sem nenhuma guilho�na, Sem qualquer barrete frígio. Vamos, com farda de gala,Proclamar os tempos novos,Mas cautelosos, fur�vos,Para não acordar o povo.(José Paulo Paes, O melhor poeta da minha rua, emFernando Paixão (sel. e org.), Para gostar de ler. SãoPaulo: Á�ca, 2008, p.43.) O tom irônico do poema em relação à história do Brasilpõe em evidênciaa) o modo como a democracia surge no Brasil porinterferência do Imperador.b) a maneira despó�ca como os republicanos trataram ossímbolos nacionais.c) a postura inconsequente que sempre caracterizou osgovernantes do Brasil.d) a forma astuciosa como ocorreram os movimentospolí�cos no Brasil.IT0902 - (Unicamp) Morro da BabilôniaÀ noite, do morrodescem vozes que criam o terror(terror urbano, cinquenta por cento de cinema,e o resto que veio de Luanda ou se perdeu na línguaGeral). Quando houve revolução, os soldados espalharam no morro,o quartel pegou fogo, eles não voltaram. Alguns, chumbados, morreram.O morro ficou mais encantado. Mas as vozes do morronão são propriamente lúgubres.Há mesmo um cavaquinho bem afinadoque domina os ruídos da pedra e da folhageme desce até nós, modesto e recrea�vo,como uma gen�leza do morro.(Carlos Drummond de Andrade, Sen�mento do mundo.São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p.19.) No poema “Morro da Babilônia”, de Carlos Drummond deAndrade,a) a menção à cidade do Rio de Janeiro é feita de modoindireto, metonimicamente, pela referência ao Morroda Babilônia.b) o sen�mento do mundo é representado pelapercepção par�cular sobre a cidade do Rio de Janeiro,aludida pela metáfora do Morro da Babilônia. c) o tratamento dado ao Morro da Babilônia assemelha-se ao que é dado a uma pessoa, o que caracteriza afigura de es�lo denominada paronomásia.d) a referência ao Morro da Babilônia produz, nopercurso figura�vo do poema, um oxímoro: a relaçãoentre terror e gen�leza no espaço urbano.IT0908 - (Unicamp)Caligrafia (Arnaldo Antunes) 14@professorferretto @prof_ferrettoArte do desenho manual das letras e palavras.Território híbrido entre os códigos verbal e visual.A caligrafia está para a escrita como a voz está para afala. A cor, o comprimento e espessura das linhas, a disposiçãoespacial, a velocidade dos traços da escritacorrespondem a �mbre, ritmo, tom, cadência, melodiado discurso falado. Entonação gráfica.Assim como a voz apresenta a efe�vação �sica dodiscurso (o ar nos pulmões, a vibração das cordas vocais,os movimentos da língua), a caligrafia também estáin�mamente ligada ao corpo, pois carrega em si os sinaisde maior força ou delicadeza, rapidez ou len�dão,brutalidade ou leveza do momento de sua feitura.(Adaptado de h�ps://www.arnaldoantunes.com.br.Acessado em 12/07/2016.) Em Caligrafia, o autora) estabelece uma relação de causa e efeitoentrecaligrafia evoz.b) sugere uma relação de oposição entre caligrafia e voz.c) projeta uma relação de gradação entre caligrafia e voz.d) apreende uma relação de analogia entre caligrafia evoz.IT0912 - (Unicamp)“O Sinhô foi açoitar sozinho a negra Fulô. A negra �rou a saiae �rou o cabeção,de dentro dêle pulou nuinha a negra Fulô. Essa negra Fulô! Essa negra Fulô! Ó Fulô! Ó Fulô!Cadê, cadê teu Sinhôque Nosso Senhor me mandou? Ah! Foi você que roubou,foi você, negra Fulô? Essa negra Fulô!”(Jorge de Lima, Poesias Completas, v.1. Rio deJaneiro/Brasília: J.Aguilar e INL, 1974, p. 121.) “A Sinhá mandou arrebentar-lhe os dentes: Fute, Cafute, Pé-de-pato, Não-sei-que-diga, avança na branca e me vinga.Exu escangalha ela, amofina ela,amuxila ela que eu não tenho defesa de homem, sou só uma mulher perdida neste mundão. Neste mundão.Louvado seja Oxalá.Para sempre seja louvado.” (Idem, p.164.) Essas duas cenas de ciúmes concluem dois textosdiferentes de Jorge de Lima. A primeira pertence aoconhecido poema modernista “Essa negra Fulô”; asegunda, ao poema “História”, de Poemas Negros (1947).Em relação a “Essa negra Fulô”, o poema “História”,especificamente, representaa) a reiteração da denúncia das relações de poder, muitoarraigadas no sistema escravocrata, que colocam nomesmo plano violências raciais e sexuais.b) a passagem de uma caracterização da mulher negracomo sedutora para uma postura solidária em relaçãoà escrava, que explicita as estratégias compensatóriasde que se vale para sobreviver.c) a permanência de uma visão pitoresca sobre asituação da mulher negra nos engenhos de açúcar, queoculta os mecanismos de poder que garan�am suaexploração.d) a superação da visão idílica da vida na senzala, graçasa uma postura realista e social, que revela a violênciadas relações entre senhores e escravos.IT0915 - (Unicamp)Transforma-se o amador na coisa amada, Por virtude do muito imaginar;Não tenho, logo, mais que desejar,Pois em mim tenho a parte desejada. Se nela está minha alma transformada, Que mais deseja o corpo de alcançar? Em si somente pode descansar,Pois com ele tal alma está liada. Mas esta linda e pura semideia,Que, como o acidente em seu sujeito, Assim como a alma minha se conforma, Está no pensamento como ideia;E o vivo e puro amor de que sou feito, Como a matéria simples busca a forma.(Luís de Camões, Lírica: redondilhas e sonetos, Rio deJaneiro: Ediouro / São Paulo: Publifolha, 1997, p. 85.) Um dos aspectos mais importantes da lírica de Camões éa retomada renascen�sta de ideias do filósofo gregoPlatão. Considerando o soneto citado, pode-se dizer queo chamado “neoplatonismo” camoniano15@professorferretto @prof_ferrettoa) é afirmado nos dois primeiros quartetos, uma vez quea união entre amador e pessoa amada resulta em umaalma única e perfeita.b) é confirmado nos dois úl�mos tercetos, uma vez que abeleza e a pureza reúnem-se finalmente na matériasimples que deseja.c) é negado nos dois primeiros quartetos, uma vez que aconsequência da união entre amador e coisa amada éa ausência de desejo.d) é contrariado nos dois úl�mos tercetos, uma vez que apureza e a beleza mantêm-se em harmonia na suacondição de ideia.IT0918 - (Unicamp)O poema abaixo é de autoria do poeta Augusto deCampos, integrante do movimento concre�sta. Nesse poema, nota-se uma técnica de composição queconsistea) na disposição arbitrária de anagramas, sem produziruma relação de sen�do com o �tulo do poema.b) na disposição exaus�va de anagramas, sem produziruma relação de sen�do com o �tulo do poema.c) na disposição arbitrária de anagramas, para produziruma relação de sen�do com o �tulo do poema.d) na disposição exaus�va de anagramas, para produziruma relação de sen�do com o �tulo do poema.IT0951 - (Fuvest)E Jerônimo via e escutava, sen�ndo ir-se-lhe toda aalma pelos olhos enamorados.Naquela mulata estava o grande mistério, a síntesedas impressões que ele recebeu chegando aqui: ela era aluz ardente do meio-dia; ela era o calor vermelho dassestas da fazenda; era o aroma quente dos trevos e dasbaunilhas, que o atordoara nas matas brasileiras; era apalmeira virginal e esquiva que se não torce a nenhumaoutra planta; era o veneno e era o açúcar gostoso; era osapo� mais doce que o mel e era a castanha do caju, queabre feridas com o seu azeite de fogo; ela era a cobraverde e traiçoeira, a lagarta viscosa, a muriçoca doida,que esvoaçava havia muito tempo em torno do corpodele, assanhando-lhe os desejos, acordando-lhe as fibrasembambecidas pela saudade da terra, picando-lhe asartérias, para lhe cuspir dentro do sangue uma centelhadaquele amor setentrional, uma nota daquela músicafeita de gemidos de prazer, uma larva daquela nuvem decantáridas que zumbiam em torno da Rita Baiana eespalhavam-se pelo ar numa fosforescência afrodisíaca.Aluísio Azevedo, O cor�ço. Em que pese a oposição programá�ca do Naturalismo aoRoman�smo, verifica-se no excerto — e na obra a quepertence — a presença de uma linha de con�nuidadeentre o movimento român�co e a corrente naturalistabrasileira, a saber, aa) exaltação patrió�ca da mistura de raças.b) necessidade de autodefinição nacional.c) aversão ao cien�ficismo.d) recusa dos modelos literários estrangeiros.e) idealização das relações amorosas.IT0952 - (Fuvest)O OPERÁRIO NO MARNa rua passa um operário. Como vai firme! Não temblusa. No conto, no drama, no discurso polí�co, a dor dooperário está na sua blusa azul, de pano grosso, nas mãosgrossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes.Esse é um homem comum, apenas mais escuro que osoutros, e com uma significação estranha no corpo, quecarrega desígnios e segredos. Para onde vai ele, pisandoassim tão firme? Não sei. A fábrica ficou lá atrás. Adianteé só o campo, com algumas árvores, o grande anúncio degasolina americana e os fios, os fios, os fios. O operárionão lhe sobra tempo de perceber que eles levam etrazem mensagens, que contam da Rússia, do Araguaia,dos Estados Unidos. Não ouve, na Câmara dosDeputados, o líder oposicionista vociferando. Caminha nocampo e apenas repara que ali corre água, que maisadiante faz calor. Para onde vai o operário? Teriavergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe que não é,nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca.16@professorferretto @prof_ferrettoE me despreza... Ou talvez seja eu próprio que medespreze a seus olhos. Tenho vergonha e vontade deencará-lo: uma fascinação quase me obriga a pular ajanela, a cair em frente dele, sustar-lhe a marcha, pelomenos implorar-lhe que suste a marcha. Agora estácaminhando no mar. Eu pensava que isso fosse privilégiode alguns santos e de navios. Mas não há nenhumasan�dade no operário, e não vejo rodas nem hélices noseu corpo, aparentemente banal. Sinto que o mar seacovardou e deixou-o passar. Onde estão nossosexércitos que não impediram o milagre? Mas agora vejoque o operário está cansado e que se molhou, não muito,mas se molhou, e peixes escorrem de suas mãos. Vejo-oque se volta e me dirige um sorriso úmido. A palidez econfusão do seu rosto são a própria tarde que sedecompõe. Daqui a um minuto será noite e estaremosirremediavelmente separados pelas circunstânciasatmosféricas, eu em terra firme, ele no meio do mar.Único e precário agente de ligação entre nós, seu sorrisocada vez mais frio atravessa as grandes massas líquidas,choca-se contra as formações salinas, as fortalezas dacosta, as medusas, atravessa tudo e vem beijar-me orosto, trazer-me uma esperança de compreensão. Sim,quem sabe se um dia o compreenderei?Carlos Drummond de Andrade, Sen�mento do mundo. Atente para as seguintes afirmações rela�vas ao texto deDrummond, considerado no contexto da obra a quepertence: I. A referência inicial aos modos de se representar ooperário sugere uma crí�ca do poeta aos estereó�pospresentes na literatura da época em que o texto foiescrito.II. O alcance simbólico da figura do operário depende,inclusive, do fato de que, no texto, ele é cons�tuído portensões que o fazem, ao mesmo tempo, comum eextraordinário, familiar e enigmá�co, próximo elongínquo etc.II. A imagem do operário que anda sobre o mar podesimbolizar a criação prodigiosa de um mundo novo — a“vida futura” —, igualmente anunciado em símbolos como o das “mãos dadas”, o da “aurora”, o do “sangueredentor”, também presentes no livro. Está correto o que se afirma ema) I, apenas.b) II, apenas.c) I e II, apenas.d) II e III, apenas.e) I, II e III.IT0953 - (Fuvest)O OPERÁRIO NO MARNa rua passa um operário. Como vai firme! Não temblusa. No conto, no drama, no discurso polí�co, a dor dooperário está na sua blusa azul, de pano grosso, nas mãosgrossas, nos pés enormes, nos desconfortos enormes.Esse é um homem comum, apenas mais escuro que osoutros, e com uma significação estranha no corpo, quecarrega desígnios e segredos. Para onde vai ele, pisandoassim tão firme? Não sei. A fábrica ficou lá atrás. Adianteé só o campo, com algumas árvores, o grande anúncio degasolina americana e os fios, os fios, os fios. O operárionão lhe sobra tempo de perceber que eles levam etrazem mensagens, que contam da Rússia, do Araguaia,dos Estados Unidos. Não ouve, na Câmara dosDeputados, o líder oposicionista vociferando. Caminha nocampo e apenas repara que ali corre água, que maisadiante faz calor. Para onde vai o operário? Teriavergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe que não é,nunca foi meu irmão, que não nos entenderemos nunca.E me despreza... Ou talvez seja eu próprio que medespreze a seus olhos. Tenho vergonha e vontade deencará-lo: uma fascinação quase me obriga a pular ajanela, a cair em frente dele, sustar-lhe a marcha, pelomenos implorar-lhe que suste a marcha. Agora estácaminhando no mar. Eu pensava que isso fosse privilégiode alguns santos e de navios. Mas não há nenhumasan�dade no operário, e não vejo rodas nem hélices noseu corpo, aparentemente banal. Sinto que o mar seacovardou e deixou-o passar. Onde estão nossosexércitos que não impediram o milagre? Mas agora vejoque o operário está cansado e que se molhou, não muito,mas se molhou, e peixes escorrem de suas mãos. Vejo-oque se volta e me dirige um sorriso úmido. A palidez econfusão do seu rosto são a própria tarde que sedecompõe. Daqui a um minuto será noite e estaremosirremediavelmente separados pelas circunstânciasatmosféricas, eu em terra firme, ele no meio do mar.Único e precário agente de ligação entre nós, seu sorrisocada vez mais frio atravessa as grandes massas líquidas,choca-se contra as formações salinas, as fortalezas dacosta, as medusas, atravessa tudo e vem beijar-me orosto, trazer-me uma esperança de compreensão. Sim,quem sabe se um dia o compreenderei?Carlos Drummond de Andrade, Sen�mento do mundo. Embora o texto de Drummond e o romance Capitães daAreia, de Jorge Amado, assemelhem-se na sua especialatenção às classes populares, um trecho do texto queNÃO poderia, sem perda de coerência formal eideológica, ser enunciado pelo narrador do livro de JorgeAmado é, sobretudo, o que está em:17@professorferretto@prof_ferrettoa) “Na rua passa um operário. Como vai firme! Não temblusa.”b) “Esse é um homem comum, apenas mais escuro queos outros (...).”c) “Não ouve, na Câmara dos Deputados, o líderoposicionista vociferando.”d) “Teria vergonha de chamá-lo meu irmão. Ele sabe quenão é, nunca foi meu irmão, que não nosentenderemos nunca.”e) “Mas agora vejo que o operário está cansado e que semolhou, não muito, mas se molhou, e peixes escorremde suas mãos.”IT0974 - (Unicamp)Leia abaixo duas passagens do poema “Olá! Negro”, deJorge de Lima. “A raça que te enforca, enforca-se de tédio, negro!E és tu que a alegras ainda com os teus jazzes.Com os teus songs, com os teus lundus!”(...)"Não basta iluminares hoje as noites dos brancos comteus jazzes.Olá, Negro! O dia está nascendo!O dia está nascendo ou será a tua gargalhada que vemvindo?”(Jorge de Lima, Poesias completas. v. I, Rio de Janeiro /Brasília: J. Aguilar / INL, 1674, p. 180181.) Considerando o livro Poemas negros como um todo e apoé�ca de Jorge de Lima, é correto afirmar que o úl�moverso citadoa) manifesta o desprezo do negro pela situaçãodecadente da cultura do branco.b) realiza a aproximação entre a alegria do negro e umaideia de futuro.c) remete à vingança do negro contra a violência a quefoi subme�do pelo branco.d) funciona como um lamento, já que o nascer do dianão traz jus�ça social.IT0977 - (Unicamp)GÊNESIS (INTRO)Deus fez o mar, as árvore, as criança, o amorO homem me deu a favela, o crack, a trairagemAs arma, as bebida, as putaEu?Eu tenho uma Bíblia velha, uma pistola automá�caUm sen�mento de revoltaEu tô tentando sobreviver no inferno(Racionais Mc's, Sobrevivendo no infamo. São Paulo:Companhia das Letras, 2018,p.45) "Gênesis" é a segunda canção do álbum Sobrevivendo noInferno. É antecedida pela invocação de uma outracanção, in�tulada "Jorge da Capadócia”, de Jorge Ben.É coreto afirmar que as evocações dos elementosreligiosos nesse álbuma) legi�mam a violência social a que estão subme�dos ospobres.b) dificultam a tomada de consciência da populaçãonegra.c) ar�culam as esferas é�ca e esté�ca da experiênciahumana na poesia.d) dissimulam a hipocrisia moral das pessoas religiosas.IT1007 - (Fuvest)Bem-vinda!“Eram faíscas suas palavras que me queimavam emdoses homeopá�casdurante todas as noites...Foram longos anos, dia após dia perdendo um poucomais minha autoes�ma,abrindo mão das roupas que gostava, dos estudos, dotrabalho e das amigasfazendo de tudo pra evitar brigas,mas ele sempre dizia que a culpa era minha.Até que um dia, me empurrou, me acuoucomo se eu pudesse caber em qualquer fresta,encurralada,me mandou ficar calada e, com medo, obedeci.Eu pedia desculpa toda vez depois de falarcomo se fosse um defeito de nascença querer mecolocar.A minha casa se tornou um ambiente tão hos�l e eu,prisioneira das minhas próprias ideias,acreditando que o amor era isso, esse abismo, onde sóum fala e o outro, fica omisso.Precisei �rar forças de lugares sagradospra me afastar e reagir, recolher meus pedaços.Meus olhos encheram de mar, eu desaguei,decidi não mais me calar, denunciei!E depois do silêncio quebrado, meus pensamentos em guerra cessaram,recuperei o fôlego e ouvi meu coração sendo grato.Encontrei em mim um porto seguro, entendi que meucorpo é meu lare, no caminho até ele, escolho quem anda comigo equem convido pra entrar.Hoje, quando olho pra dentro, vejo uma nova mulherrenascendo,eu celebro sua chegada e contemplo essa nova vida.Sem medo, abro a janela de casa18@professorferretto @prof_ferrettoe, com olhar de quem há tanto tempo esperava,te pego pela mão e digo:Seja bem-vinda!”Mel Duarte. Colmeia - Poemas Reunidos. A expressão bem-vinda usada no �tulo e repe�da noúl�mo verso faz alusãoa) ao aprisionamento da mulher que não consegue selibertar do poderio masculino.b) à guerra interior e à falta de forças da mulheroprimida, que aceita sua condição.c) ao renascimento da mulher que alcança, após aopressão, coragem para encontrar-se a si mesma.d) ao rebaixamento da mulher que se cala e se desculpa,perdendo aos poucos sua autoes�ma.e) à força da mulher que, mesmo hos�lizada, tem poderpara fazer entrar em sua casa quem a encurralava.IT1008 - (Fuvest)Bem-vinda!“Eram faíscas suas palavras que me queimavam emdoses homeopá�casdurante todas as noites...Foram longos anos, dia após dia perdendo um poucomais minha autoes�ma,abrindo mão das roupas que gostava, dos estudos, dotrabalho e das amigasfazendo de tudo pra evitar brigas,mas ele sempre dizia que a culpa era minha.Até que um dia, me empurrou, me acuoucomo se eu pudesse caber em qualquer fresta,encurralada,me mandou ficar calada e, com medo, obedeci.Eu pedia desculpa toda vez depois de falarcomo se fosse um defeito de nascença querer mecolocar.A minha casa se tornou um ambiente tão hos�l e eu,prisioneira das minhas próprias ideias,acreditando que o amor era isso, esse abismo, onde sóum fala e o outro, fica omisso.Precisei �rar forças de lugares sagradospra me afastar e reagir, recolher meus pedaços.Meus olhos encheram de mar, eu desaguei,decidi não mais me calar, denunciei!E depois do silêncio quebrado, meus pensamentos em guerra cessaram,recuperei o fôlego e ouvi meu coração sendo grato.Encontrei em mim um porto seguro, entendi que meucorpo é meu lare, no caminho até ele, escolho quem anda comigo equem convido pra entrar.Hoje, quando olho pra dentro, vejo uma nova mulherrenascendo,eu celebro sua chegada e contemplo essa nova vida.Sem medo, abro a janela de casae, com olhar de quem há tanto tempo esperava,te pego pela mão e digo:Seja bem-vinda!”Mel Duarte. Colmeia - Poemas Reunidos. Assinale a alterna�va que apresenta umacorrespondência correta entre os versos destacados e osrecursos u�lizados para evidenciar a dor expressa nopoema.a) “Eram faíscas suas palavras que me queimavam em/doses homeopá�cas/ durante todas as noites...” –conotação: o predica�vo “faíscas” e a forma verbal“queimavam” estão sendo usados em sen�dofigurado, enfa�zando seu sofrimento.b) “Até que um dia, me empurrou, me acuou/como se eupudesse caber em qualquer fresta, /encurralada” –an�tese: os elementos “empurrou”, “acuou” e“encurralada” potencializam de forma contraditóriaseu sofrimento.c) “acreditando que o amor era isso, esse abismo, ondesó/ um fala e o outro, fica omisso” – metonímia: o usodo aposto “esse abismo”, referindo-se a “amor”,expressa literalmente seu sofrimento.d) “Precisei �rar forças de lugares sagrados/ pra meafastar e reagir, recolher meus pedaços” – pleonasmo:o complemento “meus pedaços” reforça o significadodo verbo “recolher”, acentuando seu sofrimento.e) “Meus olhos encheram de mar, eu desaguei, /decidinão mais me calar, denunciei!” – paronímia: os verbos“encher” e “desaguar” são elementos designificação próxima que dão ênfase a seu sofrimento.IT1010 - (Fuvest)Carlos Drummond de Andrade foi o criador de uma obralírica que, ao mesmo tempo, se aproxima e se afasta doModernismo de 1922, propondo, a par�r de traços dessemovimento, uma poé�ca original. Com base no exposto,em Alguma poesia (1930),19@professorferretto @prof_ferrettoa) os aspectos prosaicos da linguagem modernistaganham expressão lírica a par�r de um sujeito poé�coque repropõe, em versos livres, a nostalgia român�cada infância idealizada.b) o sujeito poé�co incorpora, sob a perspec�va de umalírica de raiz subje�va, vários procedimentoses�lís�cos das vanguardas modernistas, em especial aescrita automá�ca e o surrealismo.c) a tópica literária do desconcerto do mundo ganha umareconfiguração moderna, a par�r de um sujeitopoé�co que, mais do que revelar um mundo àsavessas, focaliza o seu desajuste frente à realidade.d) o nacionalismo literário, tão �pico da revisãoempreendida pela primeira geração modernista sobrea realidade brasileira, apresenta-se como eixotemá�co de cunho ufanista.e) a paisagem mineira, no espaçoliterário, é configuradapelo sujeito poé�co como ambiente bucólico e refúgioprivilegiado para os seus desajustes frente ao “vastomundo”.IT1014 - (Fuvest)“Se a derrama for lançada,há levante, com certeza.Corre-se por essas ruas?Corta-se alguma cabeça?Do cimo de alguma escada,profere-se alguma arenga?Que bandeira se desdobra?Com que figura ou legenda?Coisas da Maçonaria,do Paganismo ou da Igreja?A San�ssima Trindade?Um gênio a quebrar algemas?Atrás de portas fechadas,à luz de velas acesas,entre sigilo e espionagem,acontece a Inconfidência.” Os versos de Cecília Meireles, no Romanceiro daInconfidência, remetema) à insurreição promovida por maçons e reinóis, adeptosdo iluminismo, contra a cobrança do quinto real sobrea exploração de diamantes na Capitania de MinasGerais.b) à possibilidade de sublevação mo�vada pela defesa daliberdade, por indivíduos de diferentes setores deMinas Gerais, ante a ameaça de cobrança de impostosmetropolitanos.c) à disputa entre católicos apoiadores do recolhimentodo dízimo nas Minas Gerais e republicanos defensoresda suspensão de impostos cobrados pelo Estado e pelaIgreja.d) ao movimento de setores reacionários da sociedademineira, responsáveis por conspirar contra osidealizadores da Conjuração e denunciar os seusplanos de revolução.e) à trapaça e delação, que fizeram parte da Conjuração eocorreram em razão das discrepâncias ideológicas dosdenunciantes em relação aos rebelados.IT1016 - (Fuvest)“Brasil, meu Brasil brasileiroMeu mulato inzoneiroVou cantar-te nos meus versosO Brasil, samba que dáBamboleio, que faz gingarO Brasil do meu amorTerra de Nosso SenhorBrasil, pra mimÔ, abre a cor�na do passadoTira a mãe preta do cerradoBota o Rei Congo no congadoBrasil, pra mim (...)Ô! Esse coqueiro que dá cocoOnde eu amarro a minha redeNas noites claras de luar Brasil, pra mimÔ! Ouve essas fontes murmurantesOnde eu mato a minha sedeE onde a lua vem brincarÔ! Este Brasil lindo e trigueiroÉ o meu Brasil, brasileiroTerra de samba e pandeiroBrasil, pra mim” A canção Aquarela do Brasil foi composta por Ari Barrosoe lançada no ano de 1939. Sua letra permite iden�ficartemas que guardam afinidades com a polí�ca cultural doEstado Novo, podendo ser destacada a20@professorferretto @prof_ferrettoa) discriminação em relação a afrodescendentes.b) exaltação das virtudes naturais e nacionais.c) concepção civilizatória assentada na religião católica.d) valorização da cultura cabocla e do regionalismo.e) escolha do malandro como símbolo nacional.21@professorferretto @prof_ferretto
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Author: Nathanial Hackett

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